Pesquisa personalizada

sábado, 18 de abril de 2009

Biografia do José Mendes

José Mendes, conhecido também como o Gaúcho Seresteiro nasceu em Lagoa Vermelha em 20 de Abril de 1939. Têm em sua Discografia oito Lps gravados em sua curta mas vigorosa e de muito sucesso carreira. Morreu no dia 15 de fevereiro de 1974 em um acidente na BR-471 em Rio Grande na localidade de Povo Novo.

Abaixo Sua discografia, para acessar as letras basta clicar sobre o nome da música: 
Passeando de Pago em Pago(1962)

Passeando de Pago em Pago
Roubei a Fazendeira
Cantando ao Luar
Porteira do Rio Grande
Não Sou Culpado
Saudade de Júlio de Castilhos
Excursão Catarinense
Sou do Rio Grande
Capital Gaúcha
Gaúcho Gaudério
Sem Teu Amor
Cruzaltense



Pára Pedro (1967)

Pára Pedro
Picaço Velho
Surpresa da Vida
Saudade de Lagôa Vermelha
Terra que Canto
Mensagem de Saudade
Mulher Feia
Canto da Siriema
Valsa do Adeus
Terra Brasileira
Corações Amantes
Última Lembrança


Não Aperta Aparício (1968)

Não Aperta Aparício
Saudades de Vacaria
Vá Embora Tristeza
Não Chores Chinoca
Pedras no Caminho
Esmeralda
Laçaços da Saudade
O Pranto dos Meus Olhos
Pequena Paisagem de Amor
Adeus Bragança
Gaudério


Andarengo (1969):

Andarengo
Uma Aventura a Mais
Hei de Amar-te Até Morrer
Para Amar Não Tem Distância
Vá Embora Tristeza
Parabéns Crioulo
Couringando
Brasileiro Meu Irmão
Fronteira Que Não Faz Fronteira
Valsa das Mães
Nasci Para Você
Comadre Chica


Mocinho do Cinema Gaúcho (1970)

História dos Pedros
Acordeona do Nêgo Mendes
Palmeira das Missões
Quero Beijar-te Agora
Roubei a Fazendeira
Cantando Minha Palmeira
Não Espalha
Moda de Agora
Gaúcho Aventureiro
Sangue Criolo
Largo da Felicidade
Três Flores


Gauchadas (1971)


Churrasco
Palavra Triste
As Coisas do Meu Rincão
Chê Florência
Conversa Fiada
Rodeio de Vacaria
Roubo da Gaita Velha
Baile de Rancho 
Três Companheiros
Minha Acordeona
Ciganinha
Lágrimas do Adeus



Isto É Integração (1973)

Isto É Integração
Pago Santo
Uma Cruz em Cada Mão
Herança
Baile de Campanha
Prece
Carancho
Volta Benzinho
Minha Biografia
Berço Saudoso
Mensagem de Artista


Adeus Pampa Querido (Póstumo,1974)

Adeus Pampa Querido
Roubei a Fazendeira
Cantando ao Luar
Porteira do Rio Grande
Não Sou Culpado
Saudade de Júlio de Castilhos
Balada da Solidão
Sou do Rio Grande
Capital Gaúcha
Gaúcho Gaudério
Sem Teu Amor
Cruzaltense



Vejam algumas fotos de seus filmes:















José Mendes – Carancho

Compositor: José Mendes
Álbum Isto é Integração
Ano: 1973

Carancho

-Cada vez que floreio está marca
me lembro de um fandango lá no pinhão da serra
na costa do rio Pelotas
eu era um peão de estância
e não sei porque motivo que às vezes não me convidavam
pra esses bailes, mas como esse era um fandango muito afamado
resolvi ir de carancho sem ser convidado
era num sábado quando sol já ia se escondendo
montei no meu zaino e na marcha troteada
cortei umas três léguas e meia mais ou menos
quando cheguei assim numa canhada
escutei lá embaixo de uma ramada
uma acordeona que tocava mais ou menos assim.


-Cheguei na frente do rancho
pus meu cavalo na soga
paguei a entrada e entrei
E fui direto nas bandas dos tocadores
E o fandango estava fervendo no balanço do vaneirão
Assim deste jeito:


-Quando o gaiteiro me viu gritou de lá:
-“Pegue a gaita Zé Mendes me da uma canja
toca um pouco que eu preciso dançar com uma prenda
que faz horas que está me namorando”
Puxei minha oito baixos e sapequei uma vaneira
Mais ou menos assim:


E já resolvi cantar uns versos, e soltei:

Eu vim aqui sem ninguém convidar
Mas também sei tocar, sei cantar
Por gostar muito de baile de rancho
Eu vim de carancho eu vim de carancho
Eu vim aqui sem ninguém convidar
Mas também sei tocar, sei cantar
Por gostar muito de baile de rancho
Eu vim de carancho eu vim de carancho

-O gaiteiro se sumiu na sala
passou da meia noite me deu uma fome danada
e já cantei uns versos pro cacheio

Eu vim aqui não foi só para sofrer
Eu quero comer eu quero comer
Eu vim aqui não foi só para sofrer
Eu quero comer eu quero comer

-Ai o garçom me trouxer uma bandeja
com pasteis mas começou a ressecar a goela
e eu já disse mais uns versos para o garçom:


Eu vim aqui não foi só para comer
Eu quero beber eu quero beber
Eu vim aqui não foi só para comer
Eu quero beber eu quero beber

-Aí me trouxeram uma gasosa
tomei e nisto chegou uma garota
dessas modernas com uma minissaia
muito bonita que me perguntou:
“-Escuta aqui ó gaiteirovai tocar só isso?
não toca nada do Roberto Carlos?”
-E eu que não sou muito assustado respondi:
-Toco senhorita pode aguardar que já sai e soltei:

-De repente no fandango surge um cara
de cabelos curtindo uma onda de hippie
chegou e me disse:
“-Escuta aqui o bicho corta essa entra
na minha e larga um som diferente”
E eu respondi pra ele:
-Qual que tu que o cara?
“-Entra numa de beatles”
-Hã bitles, já sai!
e soltei de novo:


-Daí eu já estava cansado
e o gaiteiro não aparecia
resolvi cantar uns versos para ele:


Eu vim aqui não foi só para tocar
Eu quero dançar, eu quero dançar
Eu vim aqui não foi só para tocar
Eu quero dançar, eu quero dançar

-E o gaiteiro escutou os versos
largou par e veio e pegou sua
acordeona e largou quase a mesma:

-E eu convidei a moça mais linda da sala
que estava de saia encarnada e sai marcando vaneirão
e aproveitando embalo cantei um verso no ouvido da prenda:


Eu vim aqui mas não foi só para dançar
Eu quero apertar, eu quero apertar
Eu vim aqui mas não foi só para dançar
Eu quero apertar, eu quero apertar

-E a moça me respondeu no pé da letra

Tu veio aqui mas não pode apertar
Tu vai apanhar, tu vai apanhar
Tu veio aqui mas não pode apertar
Tu vai apanhar, tu vai apanhar

-E quando olhei assim para um lado
estava o velho pai da moça com
uma cara enferuscada que já cantou
uns versos para mim:


Tu veio aqui mas tu é muito feio
Não me facilite que eu te passo o reio
Tu veio aqui mas tu é muito feio
Não me facilite que eu te passo o reio

-E para não apanhar nesse baile
tive que cantar uns versos para o velho:

Eu vim aqui mas não cheguei agora
Se for desse jeito então vou me embora
Eu vim aqui mas não cheguei agora
Se for desse jeito então vou me embora

E o fandango terminou na hora
Montei no meu zaino e saí porta afora
E o fandango terminou na hora

Montei no meu zaino e saí porta afora





José Mendes - Acordeona do Nêgo Mendes

Compositor: José Mendes
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Acordeona do Nêgo Mendes

Vamos moçada que não dança se defende
Vamos dançar no compasso da acordeona do nego Mendes
Vamos moçada que não dança se defende
Vamos dançar no compasso da acordeona do nego Mendes
Ninguém viu o que vi hoje na rodilha de um cipó
Um macaco de colete e um bugio de palito

-Oigale que baile bom meu deus do céu
Vai levando bem agarradinho!


Vamos moçada que não dança se defende
Vamos dançar no compasso da acordeona do nego Mendes
Vamos moçada que não dança se defende
Vamos dançar no compasso da acordeona do nego Mendes
Do pinheiro nasce à pinha da pinha nasce o pinhão
Menina me da um abraço que te dou meu coração

Vamos moçada que não dança se defende
Vamos dançar no compasso da acordeona do nego Mendes
Vamos moçada que não dança se defende
Vamos dançar no compasso da acordeona do nego Mendes
-E agora moçada vai finalizando o fole companheiro!

José Mendes - Três Companheiros

Compositor: José Mendes
Álbum: Gauchadas
Ano: 1971

Três Companheiros

Éramos três companheiros
Para a mesma mulher conquistar
Um era bom violeiro
Eu que sabia cantar
Mas ainda tinha o terceiro
Que tinha dinheiro
Para ela gastar
Casou-se com ela
Levou nosso amor
E nós que ficamos
Chorando de dor
Mas o dinheiro
Nunca fez feliz a ninguém
Hoje ela vive sofrendo também
Quando ela passa por nós
Então em dueto abrimos a voz

Companheiros, companheiros
O dinheiro nunca fez feliz a ninguém
Se console, companheiro
Que ela vive sofrendo também

Casou-se com ela
Levou nosso amor
E nós que ficamos
Chorando de dor
Mas o dinheiro
Nunca fez feliz a ninguém
Hoje ela vive sofrendo também
Quando ela passa por nós
Então em dueto abrimos a voz

Companheiros, companheiros
O dinheiro nunca fez feliz a ninguém
Se console, companheiro
Que ela vive sofrendo também
Companheiros, companheiros
O dinheiro nunca fez feliz a ninguém
Se console, companheiro
Que ela vive sofrendo também

José Mendes -Brasileiro Meu Irmão

Compositor: José Mendes
Álbum: Andarengo
Ano: 1969

Brasileiro Meu Irmão

Venho de longe cantando
Meu verso é um grito de amor
Brasileiro meus irmão
Preste a atenção por favor
Brasileiro meus irmão
Preste a atenção por favor
Eu briguei duzentos anos
Na ponta do coração
Pra fazer o mapa inteiro
Brasileiro meu irmão
Pra fazer o mapa inteiro
Brasileiro meu irmão
Saí do meu pago em louca arrancada
Briguei no Uruguay, Paraguay, Argentina
Semeando coragem ao longo da estrada
Saí do meu pago em louca arrancada
Brigando por ti, por mim, por todos
E ainda alguém diga que não foi pra nada
No sul, no norte, no prata e na Itália
Briguei como taura deixando hasteada
A verde bandeira de um lenço de aurora
E ainda a quem diga que não foi para nada
Eu sou gaúcho e me orgulho
Na luta madruguei cedo
Um dia briguei com a morte
E a morte tremeu de medo
Um dia briguei com a morte
E a morte tremeu de medo
Por isso vivo a cavalo
De lança firme na mão
Sou noivo da liberdade
Solteiro não morro não
Sou noivo da liberdade
Solteiro não morro não

Saí do meu pago em louca arrancada
Briguei no Uruguay, Paraguay, Argentina
Semeando coragem ao longo da estrada
Saí do meu pago em louca arrancada
Brigando por mim, por ti, por todos
E ainda alguém diga que não foi pra nada
Eu sou gaúcho e me orgulho
Na luta madruguei cedo
Um dia briguei com a morte
E a morte tremeu de medo
Um dia briguei com a morte
E a morte tremeu de medo
Por isso vivo a cavalo
De lança firme na mão
Sou noivo da liberdade
Solteiro não morro não
Sou noivo da liberdade
Solteiro não morro não
Não morro não, não morro não
Brasileiro meu irmão
Não morro não, não morro não
Brasileiro meu irmão
Não morro não, não morro não
Brasileiro meu irmão
>

José Mendes - Cantando Minha Palmeira

Compositor: José Mendes
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Cantando Minha Palmeira

Amigos me dão licença
Que o assunto é bem profundo
Depois de toda uma ausência
Pelas estradas do mundo
Para rever a minha querência
Venho lá de Passo Fundo
Ao chegar em trote largo
Já ouço o galo que berra
Amigo e dá um trago
Sou crioulo desta serra
Quero cantar o meu pago
Quero cantar minha terra

Na minha tabua que é vossa
Entre os sítios de Palmeira
Com os índios da palhoça
Fazem a infância faceira
Dobrei o milho na roça
Lacei o boi na mangueira
Cortei lenha de machado
Isto tudo aconteceu
Fui qüera, fui mui largado
Na vida que Deus me deu
Sou Palmeirense extraviado
Todos sabem que sou eu

Nestes versos que dirijo
Para quem vive no rincão
No trabalho denegrisso
Meu laborou foi um cão
Puxei erva para o carijo
Tomei mate no galpão
Palmeira lá nas missões
De toda a revolução
Lugar muito altaneira
Velho lendário terrão
Quem não exalta Palmeira
Não tomaste chimarrão

E o passado já vencido
Briosa tomou as tentas
Não foi toca de bandido
Como diziam as lendas
Onde vivem agradecidas
Na cidade e nas fazendas
Teve um nome sempre envolto
Nas lembranças de seus filhos
Berço de gaúcho afoito
Bem seguros nos gatilhos
Nas balas de trinta e oito
Ninguém bate seus caudilhos

Nunca dormiu na trincheira
Ao lado de suas garruchas
Eu canto em rima ligeira
Uma verdade que puxa
Recordo minha palmeira
Que foi Esparta Gaúcha
Minha gente com licença
Vai terminar está trova
Me desculpe a cadencia
E aqui eu deixo está trova
Eterno amor à querência
Que é minha Palmeira nova
Eterno amor à querência
Que é minha Palmeira nova

José Mendes - Quero Beijar-te Agora

Compositor: José Mendes
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Quero Beijar-te Agora

Quero beijar-te agora
E amar-te sempre meu querido bem
Quero viver a ter amar
Sem nunca olhar para mais ninguém
Quero viver ao teu lado
Meu anjo adorado meu grande amor
Vê no que vou te dizer
Se eu te perder, morrerei de dor
Vê no que vou te dizer
Se eu te perder, morrerei de dor

Por isso meu bem eu te juro
Nunca, nunca irei te deixar
Te amo, te adoro e te quero
O amor sincero tenho a te ofertar
Te amo, te adoro e te quero
O amor sincero tenho a te ofertar

Quero beijar-te agora
E amar-te sempre meu querido bem
Quero viver a ter amar
Sem nunca olhar para mais ninguém
Quero viver ao teu lado
Meu anjo adorado meu grande amor
Vê no que vou te dizer
Se eu te perder, morrerei de dor
Vê no que vou te dizer
Se eu te perder, morrerei de dor

Por isso meu bem eu te juro
Nunca, nunca irei te deixar
Te amo, te adoro e te quero
O amor sincero tenho a te ofertar
Te amo, te adoro e te quero
O amor sincero tenho a te ofertar

José Mendes - Saudade de Lagoa Vermelha

Compositor: José Mendes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Saudade de Lagoa Vermelha

Lagoa Vermelha cidade sulina
Dividi o Rio Grande e Santa Catarina
Lá existe uma água que corre na bica
Quem bebe está água por lá ele fica
A água é clara como a luz do dia
Dizem que foi benta por São João Maria
Um velho profeta milagres fazia
Mataram três vezes mas nunca morria

Lagoa Vermelha por ti sinto saudades
Das gaúchas bonitas que não têm vaidades
Lagoa Vermelha o teu povo é gentil
Rincão pequenino mas é pedacinho do nosso Brasil

Lagoa Vermelha cidade do sul
Princesa do pinho sob o céu azul
Lá existe um lago da água encarnada
Dizem os antigos lagoa encantada
Nos tempos de seca de sol e verão
O nível da água é beirando o chão
O lago que eu falo é na beira da estrada
A gente que passa fica admirada

Lagoa Vermelha por ti sinto saudades
Das gaúchas bonitas que não têm vaidades
Lagoa Vermelha o teu povo é gentil
Rincão pequenino mas é pedacinho do nosso Brasil
Mas é um pedacinho do nosso Brasil

José Mendes - Valsa das Mães

Compositor: José Mendes
Álbum: Andarengo
Ano: 1969

Valsa das Mães

Deus mandou os seus anjos na terra
Pra que os homens não vivam tão sós
Foi assim que nasceu as mães
São pedaços de céus para nós
Minha mãe teceu lagrimas quentes
Fez um poncho de amor para mim
Não a frio que me vença com ele
Nem inverno que não tenha fim
Mamãe, mamãe abençoe o filho que te adora
Mamãe, mamãe que saudade de ti nessa hora

Quando corto as estradas do pampa
Teu carinho materno é um farol
Se é de noite na luz das estrelas
Se é de dia num raio de sol
És a luz que ilumina minha alma
Com ternura no meu coração
Teu amor me protege do mundo
Com teu beijo, com tua oração
Mamãezinha aqui está teu menino
Vim cantar para ti outra vez
E beijar os teus cabelos brancos
Cicatrizes que tenho por defeito
Mamãe, mamãe abençoe o filho que te adora
Mamãe, mamãe que saudade de ti nessa hora
Que saudade de ti nessa hora
Que saudade de ti nessa hora...

José Mendes – Excursão Catarinense

Compositor: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Excursão Catarinense

Fui nascido no Rio Grande, sou gaúcho Rio-Grandense
Mas sempre tive um desejo, conhecer as Catarinenses
Me despedi dos meus amigos e deixei o meu rincão
No estado Catarinense fui fazer uma excursão
Vesti o meu traje gaúcho e peguei o meu violão
Fui matar o meu grande desejo que eu sinto no coração
-Gaúcho quando deseja qualquer coisa não têm nada que o ataque!

Nos lugares que passei não esqueço a vida inteira
De tanta moça bonita gente boa hospitaleira
É como diz o provérbio daquele velho ditado
Pois que fala a verdade não deve ser castigado
De tanto gosto por música muitos corpos delicados
Muitas loiras e morenas me deixaram apaixonado
-Cada loirinha cada morena quer me matar no cansaço!

Pra tocar numa festança me mandaram convidar
Junto com o meu violão para a festa animar
As mocinhas que souberam já começaram a dizer
O gaúcho seresteiro nós temos que conhecer
Esse gaúcho pachola dos pagos de Vacaria
Que vai vim cantar pra nós suas belas melodias

Quando foi de tardezinha lá na festa eu fui chegando
O povo em frente ao salão estavam me esperando
Já peguei o meu violão e comecei a tocar
Já dei uma cantada pras mocinhas se alegrar
Mas na meia noite o fandango estava arroteado
Até os velhos com as velhas dançavam saracoteando
-A velho que dançava mais apertado que rato em guampa!

Lá no meio do salão uma mocinha me olhando
Eu no braço do meu pinho só ia controlando
Falei pra catarinense já estou arresolvido
Vou voltar pro Rio Grande e vou levar você comigo
Quando foi no outro dia o causo foi comentado
A catarinense linda eu levei pro meu estado

José Mendes - Nasci Para Você

Compositor: José Mendes
Álbum: Andarengo
Ano: 1969

Nasci Para Você

Meu amor lhe quero tanto
Mais que tudo nessa vida
Sinto derramar meu pranto
No de não ter você querida
Eu nasci para você
Não sei viver sem o seu carinho
Pois você nasceu para mim
Chega de sofrer sozinho
Do olhar nasce à paixão
Da paixão nasce o amor
Pois quem ama têm ciúme
Quem têm ciúme sofre dor
No jardim nasce a flor
É da flor que nasce o perfume
E por isso meu amor
De você tenho ciúme

Meu amor lhe quero tanto
Mais que tudo nessa vida
Sinto derramar meu pranto
No de não ter você querida
Eu nasci para você
Não sei viver sem o seu carinho
Pois você nasceu pra mim
Chega de sofrer sozinho
Do olhar nasce à paixão
Da paixão nasce o amor
Pois quem ama têm ciúme
Quem têm ciúme sofre dor
No jardim nasce a flor
É da flor que nasce o perfume
E por isso meu amor
De você tenho ciúme
E por isso meu amor
De você tenho ciúme
E por isso meu amor
De você tenho ciúme

José Mendes -O Pranto dos Meus Olhos

Compositor: José Mendes
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano: 1968

O Pranto dos Meus Olhos

As águas correm para os rios
Os rios correm para o mar
As águas correm para os rios
Os rios correm para o mar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
Chora toda natureza
No inverno no verão
Só não chora nesse mundo
Quem não têm um coração
As águas correm para os rios
Os rios correm para o mar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar

As águas correm para os rios
Os rios correm para o mar
As águas correm para os rios
Os rios correm para o mar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
No inverno no verão
Só não chora nesse mundo
Quem não têm um coração
As águas correm para os rios
Os rios correm para o mar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
Só o pranto dos meus olhos
Eu não sei, não sei onde vai parar
Só não chora nesse mundo
Quem não têm um coração

José Mendes - Palmeira das Missões

Compositor: José Mendes
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Palmeira das Missões

Sempre me vem à memória
Embora a gente não queira
Que a fama de desordeira
Aqueles feitos e gloria
Quem não conhece a historia
Deste povo de palmeira
Emprestando seu calor
Em hora bem inspirada
Entre a sombra da ramada
Embalou seu velho amor
Foi quando nasceu com dor
Uma façanha listrada

Sempre certa nas teorias
Nos princípios que sufraga
E nunca reclamou a paga
Permutas e autonomia
Se elevou em freguesia
Sem abdicar de nada
Pensando menos em si
Valorosa e triunfal
Da luta fez um ideal
Descobriu sedenir
E também miraguaí
Outro tanto Criciumal

Terminou a velha rixa
Com as ventres no muita
Certa que plantando dá
E nunca perdeu a ninha
Repetiu vasta caminha
Em São Martinho Humaitá
Com a turma exasperada
Soube evitar o atrito
Atenta ouviu o grito
Moderna e civilizada
Que partiu em arrancada
Lá em Rodeio Bonito

Inaugurando Três Passos
Um pouco além da guarita
Outra cidade bonita
Saída de seus pedaços
Não lhe negaram abraços
Quando cortaram a fita
Em marcha de passarela
Contemplou entusiasmada
Nas festas de emancipadas
O desfilar de portela
Ou mesmo fugindo dela
Herval Seco e a chapada

Aquilo que eu mais louvo
É a crença conservadora
Mãe amiga e protetora
Senhora de muito povo
Deu a luz a campo novo
Santo Augusto e Redentora
Com seu porte de alteza
Dona de um poder viril
Deste um pouco pra o garniu
Pediu ela para forteleza
Todos juraram firmeza
Pelas glorias do Brasil

Soberana na atitude
Nos tempos do coronel
Decantada no quartel
Teve ela uma virtude
Criando estância saúde
Antigas águas do mel
Não há quem descambe
E louves a vanguardeira
Pelos lauréis da guerreira
Pelo valor que se espande
Na integração do Rio Grande
Quem não conhece Palmeira
Na integração do Rio Grande
Quem não conhece Palmeira

quinta-feira, 16 de abril de 2009

José Mendes - Passeando de Pago em Pago

Compositor: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Passeando de Pago em Pago

Deus quando fez o Rio Grande fez florido fez seguro
Os filhos daqueles pagos deu o nome de gaúcho
Fez também pra gauchada um estilo diferente
Vejam só meus amigos como deus é inteligente
Vejam só meus amigos como deus é inteligente

Gaúchos de tradição fez uns quera de talentos
Pra deixar mais estiloso também fez vestimentos
Pra diferenciar os sexos ficar bem disparecido
Pra os gaúchos fez bombacha e pras gaúchas fez vestido
Pra os gaúchos fez bombacha e pras gaúchas fez vestido

Vestidão comprido e largo e todo cheio de babado
Só para diferenciar das mulheres de outro estado
Admiro todas elas pois são todas brasileiras
Mas gosto mais do jeitinho de uma gaúcha faceira
Mas gosto mais do jeitinho de uma gaúcha faceira

Muitos que são colas finas metido na maquilagem
Fico até enciumado quando vem em nosso pago
Por isso deixo de vaidade e já fui ficando moço
Sempre usei bombacha larga e lenço branco no pescoço
Sempre usei bombacha larga e lenço branco no pescoço

No lombo de um pingo bueno sou gaúcho bem pachola
No seu lombo deixo a marca da roseta da espora
Nos lugares onde chego ainda nunca eu fiquei
Passeando de pago em pago de rodeio em rodeio
Passeando de pago em pago de rodeio em rodeio

Gosto de fazer seresta sou gaúcho seresteiro
Já bastante conhecido por este Brasil inteiro
Nos lugares onde chego onde faço a parada
Pego o meu violão e canto para alegrar a gauchada
Pego o meu violão e canto para alegrar a gauchada

domingo, 12 de abril de 2009

José Mendes - Três Flores

Compositor: Jose Mendes
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Três Flores

Loira bonita de Minas gerais
Morena linda flor de Goiás
São dois motivos que a minha gaúcha
Brigou comigo e não me quer mais
São dois motivos que a minha gaúcha
Brigou comigo e não me quer mais

Eu fiz negocio de uma boiada
Com um fazendeiro lá em Goiás
Sai viagem lá de Porto Alegre
E viajei com o meu capataz
Mas acontece que o meu camarada
Fez uma coisa que não se faz
Foi fazer fuxico pra minha gaúcha
Que brigou comigo e não me quer mais

Loira bonita de Minas gerais
Morena linda flor de Goiás
Fiquei com pena da minha gaúcha
Que brigou comigo e não me quer mais
Fiquei com pena da minha gaúcha
Que brigou comigo e não me quer mais

A flor mineira é a rosa branca
Que no jardim é rainha da flores
A flor goiana é a rosa vermelha
Que simboliza os nossos amores
A flor gaúcha é rosa do campo
Que enfeitas os bosques do meu rincão
A perfumada rosa brasileira
Ficou no jardim do meu coração

Loira bonita de Minas gerais
Morena linda flor de Goiás
Dei a razão pra minha gaúcha
Que brigou comigo e não me quer mais
Dei razão pra minha gaúcha
Que brigou comigo e não me quer mais

Assim perdi o meu buquê de rosas,
Três flores simplesmente geniais
Falei a verdade pra rosa mineira
E Fiz o mesmo pra flor de Goiás
A Goianinha ficou soluçando
Deixei a loira em Minas Gerias
Mas acontece que a minha gaúcha
Brigou comigo e não me quer mais
Mas acontece que a minha gaúcha
Brigou comigo e não me quer mais

José Mendes - Uma Aventura A Mais

Compositores: Leonardo e José Mendes
Álbum: Andarengo
Ano: 1969

Uma Aventura A Mais

Tu vinhas pela noite e eu também sozinho
Em busca de carinho vagava sem ninguém
Olhei teus lindos olhos, me deste um sorriso
E eu meio indeciso, sorri pra ti também.

Amor quase delírio, em mim aconteceu
Jamais na vida eu senti paixão igual
Teus lábios tentadores me enlouqueciam aos poucos
Sem saber que esse amor louco me faria tanto mal.

Por que a noite passou e um novo dia para mim surgiu
Lembrando a noite que a nós dois uniu
Tenho a certeza, não terei mais paz.....!
O teu amor jamais será de alguém pra toda vida
Pois tu disseste em nossa despedida
Que eu fui somente uma aventura a mais!

Por que a noite passou e um novo dia para mim surgiu
Lembrando a noite que a nós dois uniu
Tenho a certeza, não terei mais paz.....!
O teu amor jamais será de alguém pra toda vida
Pois tu disseste em nossa despedida
Que eu fui somente uma aventura a mais!
Que eu fui somente uma aventura a mais!

José Mendes - Uma Cruz em Cada Mão

Compositores: José Mendes e Leonardo
Álbum: Isto é Integração
Ano: 1973

Uma Cruz em Cada Mão

Rasguei a certidão de casamento
Pedaço de papel que nos unia
Se a gente não respeita o juramento
Pra que viver fingindo dia a dia

Tirei a aliança do meu dedo
Enfeite de metal que têm valor
Se ajusta bem a quem Deus respeita
Não serve pra quem vive sem amor

E agora que estamos separados
Cada qual com seu passado, uma cruz em cada mão
Sabemos que o que faz o casamento
É amor, é sentimento, que se traz no coração
É amor, é sentimento, que se traz no coração

Rasguei a certidão de casamento
Pedaço de papel que nos unia
Se a gente não respeita o juramento
Pra que viver fingindo dia a dia

Tirei a aliança do meu dedo
Enfeite de metal que têm valor
Se ajusta bem a quem Deus respeita
Não serve pra quem vive sem amor

E agora que estamos separados
Cada qual com seu passado, uma cruz em cada mão
Sabemos que o que faz o casamento
É amor, é sentimento, que se traz no coração
É amor, é sentimento, que se traz no coração

José Mendes - Valsa do Adeus

Compositor: José Mendes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Valsa do Adeus

Valsa do adeus, estou sofrendo
E ela também está chorando
Valsa do adeus, estou sofrendo
E ela também está chorando

Valsa do adeus, é por amor
Que eu estou cantando
Pra não chorar de dor
Valsa do adeus
O que será de mim
Viver sem o meu bem
Será o meu fim

(Coro)
Valsa do adeus, estou sofrendo
E ela também está chorando

Valsa do adeus, é por amor
Que eu estou cantando
Pra não chorar de dor
Valsa do adeus
O que será de mim
Viver sem o meu bem
Será o meu fim

José Mendes - Volta Benzinho

Compositores: José Mendes
Álbum: Isto é Integração
Ano: 1973

Volta Benzinho

Benzinho não vou resistir
Ficar por mais tempo distante de ti
Sem o teu amor sou um pássaro triste
Que já não resiste sua solidão

Escuta meu bem
E entende a canção
Que eu escrevi
É uma mensagem que faço cantando
Chamando por ti
É uma mensagem que faço cantando
Chamando por ti

O passado vamos esquecer
seguir lado a lado o mesmo caminho
Dá-me tua mão
Volta para mim
E faz o que manda o teu coração
Ouve a quem te chama
Pois este amor
não terá mais fim
Que bom que seria
Se você benzinho
Voltasse pra mim
Se você benzinho
Voltasse pra mim

Escuta meu bem
E entende a canção
Que eu escrevi
É uma mensagem que faço cantando
Chamando por ti
É uma mensagem que faço cantando
Chamando por ti

O passado vamos esquecer
seguir lado a lado o mesmo caminho
Dá-me tua mão
Volta para mim
E faz o que manda o teu coração
Ouve a quem te chama
Pois este amor
não terá mais fim
Que bom que seria
Se você benzinho
Voltasse pra mim
Se você benzinho
Voltasse pra mim
Que bom que seria
Se você benzinho
Voltasse pra mim

José Mendes - Terra Brasileira

Compositor: José Mendes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Terra Brasileira

Este é o meu Brasil querido que vivo neste instante
As coxilhas e florestas deste lençol verdejante
A riqueza deste solo atrai o povo distante
Esta imensidão acolhe a todos seus visitantes

Seus filhos sem preconceito descendentes de imigrantes
Glorificou nossa historia o primeiro bandeirante
Disseram os estrangeiros: - Este Brasil é um gigante
Que tem o peito de ferro e o coração de diamante

A tradição e cultura entre nós não há fronteira
Lá no norte tem o frevo, cá no sul tem a rancheira
O baiano dança coco, musicanto a noite inteira
Nordeste dança o baião, gaúcho dança a vaneira

Toda a carioca é mimosa, toda a paulista é faceira
E a gente logo se encanta com a altivez da mineira
A beleza da gaúcha empolga a nação inteira
E assim vivo contente nessa terra bem brasileira
Bem brasileira, muito brasileira, terra brasileira...

José Mendes - Surpresas da Vida

Compositor: José Mendes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Surpresas da Vida

Sofro querida por querer-te tanto
Causaste em minha vida só desilusão
Sei que seu amor não me pertence mais
Pois, deste para outro o teu coração

Sonhei que eras minha, mas foi puro engano
Pois a felicidade a vida me roubou
Somente o que resta em meu coração é saudade
Sou um homem que na vida somente sonhou

Talvez a esperança já esteja perdida,
Mas sempre a parece surpresas na vida

Ai, ai, ai, que triste vida, sofro demais por te amar
Ai, ai, ai, minha querida, sofro demais por te adorar
As pedras que são pedras no caminhos se encontram,
Talvez um dia tornarei a te encontrar

Sonhei que eras minha, mas foi puro engano
Pois a felicidade a vida me roubou
Somente o que resta em meu coração é saudade
Sou um homem que na vida somente sonhou


Talvez a esperança já esteja perdida,
Mas sempre a parece surpresas na vida

Ai, ai, ai, que triste vida, sofro demais por te amar
Ai, ai, ai, minha querida, sofro demais por te adorar
As pedras que são pedras no caminhos se encontram,
Talvez um dia tornarei a te encontrar

José Mendes - Sou do Rio Grande

Compositor: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Sou do Rio Grande

-Vamos dançar um xote gauchada bem marcadinho que é para não desanimar!

Sou do rio Grande com orgulho eu falo
Que por estes pagos vivo a camperiar
Desde pequeno já nasci sem luxo
Sempre fui gaúcho bem tradicional
Desde pequeno já nasci sem luxo
Sempre fui gaúcho bem tradicional

Tenho o meu pingo para ir nas festas
E pra fazer serestas tenho o meu violão
Noite estrelada de luar de prata
Eu faço serenata pra alegrar o coração
Noite estrelada de luar de prata
Eu faço serenata pra alegrar o coração
-Quando canto bem sentindo na janela eu pareo o violão e escuto o suspiro!

Quando me lembro de uma pequena
Uma china morena, rosto encantador
Por esta china que eu senti paixão
E o meu coração também sentiu amor
Por esta china que eu senti paixão
E o meu coração também sentiu amor
-Oh Gaúcho apaixonado!

Monto no meu pingo e saio campo a fora
Eu vou batendo espora no meu alazão
Saio cantando pras coxilhas e canhadas
Pra esquecer as magoas do meu coração
Saio cantando pras coxilhas e canhadas
Pra esquecer as magoas do meu coração
-Pra ser gaúcho de verdade têm que usar bota e espora e bombacha bem largada!

Pra lidar nos campos saio prevenido
Não sou convencido por bom laçador
Mais no meu laço eu tenho firmeza
Atiro com certeza nas armadas que dou
Mais no meu laço eu tenho firmeza
Atiro com certeza nas armadas que dou

José Mendes - Sem Teu Amor

Compositores: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Sem Teu Amor

Quanta saudade eu sinto no peito
Quanta tristeza no meu coração
Se continuar assim desse jeito, morena linda morro de paixão
Morena bonita olha para mim, quero sentir a luz dos olhos teus
Não sei viver sem o teu amor, tu és a beleza dos encantos meus

Morena linda tu es formosa não seja orgulhosa volte por favor
Teu lindo rosto, teu corpo elegante fez sofrer bastante este trovador
Meu coração já está cansado de viver magoado sem o teu amor

Quanta saudade eu sinto no peito
Quanta tristeza no meu coração
Se continuar assim desse jeito, morena linda morro de paixão
Morena bonita olha para mim, quero sentir a luz dos olhos teus
Não sei viver sem o teu amor, tu és a beleza dos encantos meus

Morena linda tu es formosa não seja orgulhosa volte por favor
Teu lindo rosto, teu corpo elegante fez sofrer bastante este trovador
Meu coração já está cansado de viver magoado sem o teu amor

José Mendes - Saudade de Vacaria

Compositor: José Mendes
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano: 1968

Saudade de Vacaria

-Atenção gauchada de Vacaria agora é para vocês!

Deixei a Vacaria daqui muito além
Saudade ainda contenho na recordação
Nos bailes que dançava com a gauchinha
Prenda que eu mais queria lá do meu rincão
Nos bailes que dançava com a gauchinha
Prenda que eu mais queria lá do meu rincão
-Oh saudade malvada!

Saudade ainda mora no meu pensamento
Só escuto pelo vento sua voz falando
Parece uma mentira que ela vem dizendo
Que por mim anda sofrendo sempre me esperando
Parece uma mentira que ela vem dizendo
Que por mim anda sofrendo sempre me esperando
-E ainda é xote moçada faceira!

Também sinto saudade do clarear do dia
Em todas as manhãs que sai a camperiar
De canhada em canhada eu atravessava
De coxilha em coxilha sempre a galopar
De canhada em canhada eu atravessava
De coxilha em coxilha sempre a galopar
-Qualquer um dia eu vou tomar um chimarrão com meus amigos por aí!

Vou sempre recordando do meu pangaré
Mas isso se Deus quiser eu voltarei um dia
Montado no meu pingo quero camperiar
Só para respirar o ar de Vacaria
Montado no meu pingo quero camperiar
Só para respirar o ar de Vacaria.

José Mendes - Saudade de Julio de Castilho

Compositor: Jose Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Saudade de Julio de Castilho

Julio de Castilho é uma linda cidade
Lá tem a gauchada boa de verdade
Encontrei gentileza e sinceridade
Passei muitas horas de felicidade
Encontrei gentileza e sinceridade
Passei muitas horas de felicidade

Lá deixei uma morena que tenho saudade
Com muitas loirinha eu passei na cidade
As prendas são lindas, não é falsidade
Os versos que faço tudo é realidade
As prendas são lindas, não é falsidade
Os versos que faço tudo é realidade

Hoje vivo distante de lá muito além
Mais as lindas paisagens não esquecerei
Muitas serenatas pras moças cantei
Pra muitas donzelas saudade deixei
Muitas serenatas pras moças cantei
Pra muitas donzelas saudade deixei

Hoje vivo nos pampas de outros rincão
Sempre sentindo a falta no meu coração
A saudade que eu tenho deu inspiração
Pra fazer estes versos de recordação
A saudade que eu tenho deu inspiração
Pra fazer estes versos de recordação

José Mendes - Sangue Criolo

Compositor: Lauro Rodrigues
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Sangue Crioulo

Pelas estradas do pampa
Sou o gaúcho mais destemido
Pelo vescarcear do meu zaino
Sou de longe reconhecido
De laço e bolas nos tentos
Eu vou cruzando com liberdade
Gaudério de pouso incerto
Num campo deserto me sinto a vontade
Não creio em manhas de china
Nem rengueado de cusco, em céu de tempestade

Ai, ai, ai, ai
Estradas que não tem fim
Ai quanta china que chora
Nesta hora pensando em mim
Ai, ai, ai, ai
Quem manda me querer bem
Pois água fresca e conselhos
Não se oferece a ninguém

Sou índio bem aragano
E me sinto ufano com justo afinco
Por ver ferver o meu sangue
No velho Rio Grande de trinta e cinco
Sou quebra de nascimento
Meu pensamento não tem receio
Nunca provoco arruaça
Mas toco de graça qualquer rodeio
Pois não refugo ao perigo
Confio no amigo dos meus arreios

Ai, ai, ai, ai
Estradas que não tem fim
Ai quanta china que chora
Nesta hora pensando em mim
Ai, ai, ai, ai
Quem manda me querer bem
Pois água fresca e conselho
Não se oferece a ninguém
Pois água fresca e conselho
Não se oferece a ninguém

José Mendes - Pequena Paisagem de Amor

Compositores: Zaé Junior e Theotônio Pavão
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano:1968

Pequena Paisagem de Amor

Não brinques Flor, com meu amor
Que o amor é flor que dá perfume e também dor
E nos meus olhos, e nos teus olhos
Há tanto encanto e desencanto por amor

Doce ternura, ternura e céu
Céu dos teus olhos nos meus olhos vem brincar
A espera é louca, que a vida é pouca
Prá tanto amor, que tenho amor pra lhe ofertar

Também te quero, te quero tanto
O suave encanto do teu canto encontrar
Pois meu amor, o nosso amor
É clara estrela que pra vê-la basta olhar

Brincar de amor ou de morrer
Morrer de amor não é brinquedo pra brincar
Não brinques assim, foges de mim,
Que amor é flor que desabrocha pra murchar
Não brinques assim, foges de mim,
Que amor é flor que desabrocha pra murchar

José Mendes - Porteira do Rio Grande

Compositor: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Porteira do Rio Grande

Linda Vacaria bonito lugar
A tua riqueza me faz orgulhar
O meu coração não poso lhe dar
Mas compus esta valsa pra te homenagear

Os teus lindos campos que é terra do gado
Tem tantas beleza que fico encantado
Gauchada buena, mesmo de verdade
Tem moças bonitas que é barbaridade

Terra de gaúchos que agüentam o tirão
Topo qualquer parada isto em qualquer chão
No lombo de um pingo tem índio de braço
Que tem muita ciência no tentiar de um laço

As vacarianas lindas é um jardim em flor
Tem loiras, morenas tudo o quanto é cor
Todas camaradas, bonitas e atraentes
que fez transformar o coração da gente
-Oh Terra de moça bonita!

Saio a gauderiar daqui muito distante,
De Vacaria a saudade é bastante
Regresso de novo, saudades que finda ,
Voltei a ver de novo as Vacarianas lindas.

Desta terra querida tenho adoração,
Por ser Vacaria, minha tradição
O Brasil amado teus campos se expande,
Tu és a porteira nosso Rio Grande.

José Mendes - Pedras no Caminho

Compositores: José Mendes e Cláudio Paraíba
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano: 1968

Pedras no Caminho

Tirei todas as pedras do seu caminho
Para você passar, lhe dei amor, lhe dei carinho
Agora que você chegou a onde queria chegar
Me desprezou, me amargurou, me fez chorar
Tirei todas as pedras do seu caminho
Para você passar, lhe dei amor, lhe dei carinho
Agora que você chegou a onde queria chegar
Me desprezou, me amargurou, me fez chorar

Agora que você tem fama, é tudo que você queria
Me sinto feliz já esperava por este dia
Embora me pagaste o bem que eu lhe fiz, com ingratidão
Vai meu benzinho há muito tempo lhe dei perdão

Tirei todas as pedras do seu caminho
Para você passar, lhe dei amor, lhe dei carinho
Agora que você chegou a onde queria chegar
Me desprezou, me amargurou, me fez chorar
Tirei todas as pedras do seu caminho
Para você passar, lhe dei amor, lhe dei carinho
Agora que você chegou a onde queria chegar
Me desprezou, me amargurou, me fez chorar

Agora que você tem fama, é tudo que você queria
Me sinto feliz já esperava por este dia
Embora me pagaste o bem que eu lhe fiz, com ingratidão
Vai meu benzinho há muito tempo lhe dei perdão
Vai meu benzinho há muito tempo lhe dei perdão
Vai meu benzinho há muito tempo lhe dei perdão...

José Mendes - Para Amar Não Tem Distância

Compositor: José Mendes
Álbum: Andarengo
Ano: 1969

Para Amar Não Tem Distância

Meus olhos ainda choram meu coração sente tanta dor
Quando lembro com saudade de você querido amor
O tempo passa de pressa deixando sempre saudade
A esperança que um dia voltará felicidade.

Lhe quero tanto querida, sempre te amarei com fervor
E que também está sofrendo, sofremos a mesma dor
A distância nos separa é tão cruel a separação
Viver longe de quem ama faz sofrer um coração

Quero lhe ver novamente alegrar o meu viver
Para amar não tem distância que separe um bem querer
Para amar não tem distância que separe um bem querer

Meus olhos ainda choram meu coração sente tanta dor
Quando lembro com saudade de você querido amor
O tempo passa de pressa deixando sempre saudade
A esperança que um dia voltará felicidade.

Te quero tanto querida, sempre te amarei com fervor
E que também está sofrendo, sofremos a mesma dor
A distância nos separa é tão cruel a separação
Viver longe de quem ama faz sofrer um coração

Quero lhe ver novamente alegrar o meu viver
Para amar não tem distância que separe um bem querer
Para amar não tem distância que separe um bem querer

José Mendes - Palavra Triste

Compositores: José Mendes e Oiram dos Santos
Álbum: Gauchadas
Ano: 1971

Palavra triste

Saudade, palavra triste de se dizer
Quando a gente perde um bem querer
Hoje eu vivo assim, amargurado
Vivo assim amargurado, sem vontade de viver

Saudade, palavra triste de se dizer
Quando a gente perde um bem querer
Hoje eu vivo assim, amargurado
Vivo assim amargurado, sem vontade de viver

Saudade me deixa em paz
Cansei de tanto penar
Eu quero a felicidade
Em seu lugar!

Saudade me deixa em paz
Cansei de tanto penar
Eu quero a felicidade
Em seu lugar!

Saudade me deixa em paz
Cansei de tanto penar
Eu quero a felicidade
Em seu lugar!
Quero a felicidade
Em seu lugar....

José Mendes - Pago Santo

Compositor: Telmo de Lima Freitas
Álbum: Isto é Integração
Ano: 1973

Pago Santo

Quem não souber o pago santo de onde eu venho
Tenho prazer de lhes dizer da onde é que sou
Quem não souber o pago santo de onde eu venho
Tenho prazer de lhes dizer da onde é que sou

Sou do garrão deste Brasil, sou missioneiro
Capim rasteiro que do nada se criou
Sou do garrão deste Brasil, sou missioneiro
Capim rasteiro que do nada se criou

Trago na alma a cantiga do meu pago
Rondas de tropa, pastoreio e pó de estrada
Trago na alma a cantiga do meu pago
Rondas de tropa, pastoreio e pó de estrada

Cantar de esporas num trotezito chasqueiro
Que um missioneiro não se esquece nem por nada
Cantar de esporas num trotezito chasqueiro
Que um missioneiro não se esquece nem por nada

Trago o calor de pai de fogo galponeiro
Brazedo rubro, por do sol que vai se por
Trago o calor de pai de fogo galponeiro
Brazedo rubro, por do sol que vai se por

Foi essa termpla que me fez enraizado
Olhar voltado pra o pavilhão tricolor
Foi essa termpla que me fez enraizado
Olhar voltado pra o pavilhão tricolor

Trago a querência na garupa do meu pingo
Cantar dos ventos nas cordas do violão
Trago a querência na garupa do meu pingo
Cantar dos ventos nas cordas do violão

Uma tropilha de esperança extraviada
Entropilhadas vem pastar no coração
Uma tropilha de esperança extraviada
Entropilhadas vem pastar no coração

Se por acaso estropiar o meu cavalo
Que eu não consiga prosseguir está jornada
Se por acaso estropiar o meu cavalo
Que eu não consiga prosseguir está jornada

Há de ficar minha cantiga missioneira
Junto da poeira que se erguer n'alguma estrada
Há de ficar minha cantiga missioneira
Junto da poeira que se erguer n'alguma estrada...

José Mendes - Não sou Culpado

Compositor: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Não Sou Culpado

Não sou culpado, meu grande amigo
Por nós amarmos a mesma mulher
Quero esquecê-la, mas não consigo
Esquecer-me dela um momento se quer

Estamos sofrendo a mesma paixão
A mesma dor da desilusão
O mesmo espinho que fere teu peito
Também ta ferindo o meu coração

Se ela te beija é pensando em mim
Se ela me abraça e pensando em você
Ela também sofre vivendo assim
Pensando em nós dois, não consegui esquecer

Sofro por ela, mas tu também sofre
Sofremos igual , oh meu grande amigo
Por isso em prova de nossa amizade eu te digo
Você não tem razão para ficar magoado comigo

Sofro por ela, mas tu também sofre
Sofremos igual , oh meu grande amigo
Por isso em prova de nossa amizade eu te digo
Você não tem razão para ficar magoado comigo

José Mendes - Rodeio em Vacaria

Compositor: José Mendes
Álbum: Gauchadas
Ano: 1971

Rodeio em Vacaria

Gaúcho prepare o teu braço
E arraste o teu laço se é bom laçador
Gaúcho afia a espora
Pra montar em pelo se é bom domador
Gaúcho que gosta de festa
Pra se divertir não escolhe dia
Lhes convido pra ir no fandango
Que tem no rodeio lá em vacaria

Vai ter gineteada rodeio de laço
Concurso de trova também sapateio
Tem muitos gaiteiros e declamadores
Tocando e cantando lá estou no meio
Eu também vou lá pra Vacaria
Ver as lindas prendas que tem no rodeio

Rio Grande prepara o teu povo
Para reviver as tradições do pago
Convidamos o mundo inteiro
Pra comer churrasco e tomar mate amargo
Estamos de braços abertos
Para receber o povo estrangeiro
Que vem visitar Vacaria
Apreciar o rodeio do sul brasileiro

Vai ter um torneio de laço e de amor
Fandango e festança de noite e de dia
Olhares de prendas, chinocas bonitas
Não vai ter tristeza somente alegria
Quem não tem coração caborteiro
Vai ser pialado lá em Vacaria
Quem não tem coração caborteiro
Vai ser pialado lá em Vacaria

José Mendes - Roubei a Fazendeira

Compositor: José Mendes
Álbum: Passeando de Pago em Pago
Ano: 1962

Roubei a Fazendeira

Fui pialado de uma gaúcha bonita
Que meu coração palpita, é linda mesmo de verdade
Desde o momento que eu vi essa gaúcha
Tem um laço que me puxa quase morro de saudade
Foi numa festa, fui com ela conversar,
Era linda de encantar, desta gaúcha gostei
Foi nesta hora que eu fiz a tentativa,
Deixei ela pensativa e seu amor eu conquistei

Um certo dia ela para mim escreveu
E na carta esclareceu toda sua grande dor
Tinha uma cerca que a nós dois separava,
Que seu pai não concordava com nosso grande amor
Na mesma hora eu escrevi a resposta,
Mandei junto uma proposta, vou mostrar minhas qualidades
Pois esta cerca que tem um dia eu desmancho,
E vou buscar você pro rancho para nós ter felicidade

De manhã cedo, isto era num domingo
Eu montei no meu pingo e fui passear lá na fazenda
Em poucas horas eu cheguei na casa dela,
Olhei lá na janela, estava linda minha prenda
Dei oh de casa, e o velho com a cara feia disse:
Moço você apeia e puxe o pingo pro galpão
Aí no gancho pode pendurar o pala,
E vamos passando pra sala pra tomar um chimarrão

E no assunto com o velho eu falei,
Pra ele me apresentei sou cantor e violeiro
No pé da letra me respondeu, no momento
Minha filha pra casamento só casa com fazendeiro
Esta resposta me feriu até a alma,
Mas eu não perdi a calma, mas tremeu a minha voz
Ele me disse: aí perto mora um vizinho,
Vou mandar buscar um pinho pra você cantar pra nós

Veio o violão e no momento eu afinei
E todos da casa saudei, só fiz verso de idéia
E com destreza eu solava o violão
E o velho achando bom, piscava o olho pra velha
Na retirada o velho não moro nada,
Quando foi de madrugada eu roubei a sua filha
Vivemos bem nesta vida de casado,
Sou o genro mais estimado de toda sua família
Vivemos bem nesta vida de casado,
Sou o genro mais estimado de toda sua família

José Mendes - Não Espalha

Compositor: José Mendes
Álbum: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Não Espalha

-Antenção moçada, vamos dançar o não espalha?
-Vamos!
-Então não espalha hein!


Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar
Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar

Cabecinha de cebola
Dá no pé, no pé que dá
Tanto faz dar na cabeça
Como na cabeça dá
Cabecinha de cebola
Dá no pé, no pé que dá

Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar
Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar

Cada vez que eu vou
Num baile procuro logo meu canto
No meio da mulherada
Crio logo grande espanto
Mulher que dançar comigo
Vê logo que não sou santo
-Vamôs espalhar o pé moçada!

Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar
Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar

Namoro muito comprido
O casamento não sai
Quando sai dá falatório
Por que demorou demais
Casar não é casaco
O negocio é mãe e papai

Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar
Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar

Sai bugio que me arrepio
Tu se arreda bugio pra lá
Cada bugio no seu galho
Cada coisa em seu lugar
Ó, bugio tu te arrepia
Se arreda bugio pra lá

Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar
Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar

Não sou muito oferecido
Mas sempre sou convidado
Chego de chapéu na mão,
Saio de chapéu tapeado
Como, bebo e me divirto
E ainda sou cumprimentado.

Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar
Não espalha, não espalha
Não me deixa isso espalhar
Que depois disso espalhado
Não dá mais pra se ajuntar

José Mendes - Não Chores Chinoca

Compositor: José Mendes
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano: 1968

Não Chores Chinoca

Não chore chinoca bonita
Não chores não fique triste
Não chores que eu choro também
O meu coração não resiste
Não chores chinoca bonita
Não chores que eu choro também
O meu coração não resiste
Ao ver-te chorando meu bem.

Enxugue seu pranto do rosto
Que cai dos teus olhos tristonhos
Mandes a tristeza pra longe
Outros dias virão mais risonhos
O prato traduz amargura
Saudade que vai e vem
Alegria traz felicidade
viver a chorar não convém.

-Não chores Chinoca, não chores não fiquem assim tão
triste ao verte assim chorando o meu coração não resiste
Enxugue seu pranto do rosto que cai dos teus olhos tristonhos
Mandes a tristeza pra longe outros dias virão mais risonhos


Sinto em teu coração
O florir de uma primavera
Além desta grande esperança
Existe um rancho a nossa espera
Nem mesmo a distancia
Separa dois corações que quer bem
Não chores chinoca bonita
Não chores que eu choro também
Não chores chinoca bonita
Não chores que eu choro também
Não chores chinoca bonita
Não chores que eu choro também

sábado, 11 de abril de 2009

José Mendes - Minha Acordeonada

Compositor: José Mendes
Álbum: Gauchadas
Ano: 1971

Minha Acordeonada

Minha acordeona de vinte e uma teclas
E oito baixos pra me acompanhar
E quando eu abro minha gaita velha
Sinto saudade, chego até a chorar
De vez e quando abro o peito e canto
Minha gaita velha chora no meu braços
Até os velhos de noventa anos
Saltam dançando firme no compasso
Até os velhos de noventa anos
Saltam dançando firme no compasso

Meu violão andava muito triste
Sem ter ninguém pra lhe fazer carinho
Lhe arranjei esta acordeona linda
Pra meu amigo não viver sozinho
Conheço bem a vida de gaudério
E certas coisas que o mundo requer
É muito triste a vida de um gaúcho
Sem as caricias de uma mulher.
É muito triste a vida de um gaúcho
Sem as caricias de uma mulher

Quando regresso cansado da viagem
Existe alguém que vive a me esperar
É uma china que eu adoro muito
Cabelos longos, olhos cor do mar
E esta flor que enfeita o rancho
E diz que me ama com sinceridade
Sempre me espera na porta do rancho
Beija e me abraça louca de saudade
Sempre me espera na porta do rancho
Beija e me abraça louca de saudade

De vez enquanto só por brincadeira
Faço ciúme pra o meu violão
Pego acordeona e toco uma vaneira,
Enquanto a china ceva o chimarrão
Depois eu largo minha gaita amiga
Pra minha flor eu vou fazer carinho
Assim é a vida destes dois gaudérios
Que desistiram de viver sozinho
Assim é a vida destes dois gaudérios
Que desistiram de viver sozinho
Assim é a vida destes dois gaudérios
Que desistiram de viver sozinho...

José Mendes - Mulher Feia

Compositor: José Mendes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Mulher Feia

Pai, filho, Espírito Santo, cruz credo Virgem Maria
Quando viam minha mulher era o que todos diziam
A criançada chorava, os grandes ficavam sérios
Com certeza essa fantasma escapou do cemitério

Os vizinhos me diziam que fizeram algum feitiço
Era louco ou estava cego quando casou com este bicho
Eu então me ofendia e já queria peleia
Dizem que o amor é cego e eu nunca lhe achei feia

Ela pesava trinta quilos, um metro e noventa de altura
Calçava quarenta e quatro perninha de saracura
Tinha um olho furado era careca e banguela
O nariz era volteado e a boca era uma gamela

Era troncha das orelhas não podia usar brinco
Porque ficou defeituosa na revolução de trinta e cinco
O que ela tinha de bonito palmo e meio de pescoço
Com cento e oitenta berrugas e um papo de três caroços

Um dia nós se agarremos e deu uma baita de uma paulera
Amarrei a caninana e remeti lá pra fronteira
Dizem que lá arranjou marido e se casaram por contrato
Três dias dorme com ela, três dias dorme no mato
Três dias dorme com ela, três dias dorme no mato

José Mendes - Prece

Compositores: Jaime Caetano Braun e José Mendes
Álbum: Isto é Integração
Ano: 1973

Prece

A ti, meu velho querido
De joelhos no chão ofereço
Este rústico adereço
Trançado de couro cru
E esta prece de xirú
Que rezo trançando o dedo
Já que não guardo segredo
Pra um amigo que nem tu
Já que não guardo segredo
Pra um amigo que nem tu

Te foste como outros foram
Para o velho pago do além
Onde um dia eu também
Eu quero bolear a perna
E o patrão que nos governa
que por certo é teu amigo
Há de ser bueno comigo
Ai na querência eterna
Há de ser bueno comigo
Ai na querência eterna.

Já que não fui nem a sombra
Do que foste velho santo
Uma coisa eu te garanto
Sempre me orgulhei de ti
Pois contigo eu aprendi
O que é honra e coração
E esta xucra tradição
Pelo pago onde eu nasci
E esta xucra tradição
Pelo pago onde eu nasci
E esta xucra tradição
Pelo pago onde eu nasci...

José Mendes - Moda de Agora

Compositor: Cenair Maicá e Alcides Baldiserra
Album: Mocinho do Cinema Gaúcho
Ano: 1970

Moda de Agora

Meus amigos vão dar licença
Vou cantar esse versos que fiz
Vou falar desta moda de agora
E quem esta de fora não mete o nariz
Pois aqueles que ouvirem de perto
Vão que está certo no verso que diz.

Este mundo está mesmo virado
Não compreendo e até perco a fé
Tem mulheres que querem ser homens
Muitos homens querem ser mulher
Tem coisas que antigamente
Eram muito indecente, mas hoje não é.

Esta moda da tal mini saia
Tem menina que fica um colosso
Mas tem outras que são magricelas
São pura canela, nariz e pescoço
E são todas metidas bacanas
Que a gente se engana com um saco de osso.

Os rapazes de hoje já andam
De camisa e sapato encarnado
Ponham creme no rosto e até usam
Pernas e o bigode raspado
Muita gente pensa que estão certo,
Mas olham de perto e vai ver que estão errado.

As mulheres casadas de agora
Muito pouca usam vestido
O que querem é calças de homem
E o cabelo também parecido
Desses jito o casal que se vê,
Ninguém pode saber qual dos dois é o marido.

Estes velhos que andam caminhando
Curvadinhos e de óculos e bastão
Quando enxergam a moça bonita
Grelham olhos que nem corujão
Estes velhos são muito teimosos,
Mas não são perigosos são só ilusão
Estes velhos são muito teimosos,
Mas não são perigosos são só ilusão

José Mendes – Vá Embora Tristeza

Compositor: José Mendes
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano: 1968

Vá Embora Tristeza

Tristeza, por que você não vai embora
E faz esta saudade te acompanhar
Tristeza, por que você não vai agora
E mande a felicidade em teu lugar
Tristeza, por que você não vai embora
E faz esta saudade te acompanhar
Tristeza, por que você não vai agora
E mande a felicidade em teu lugar!

Tristeza vai pra lá
Saudade vai também
Vem felicidade
Traz de volta o meu bem!
Tristeza vai pra lá
Saudade vai também
Vem felicidade
Traz de volta o meu bem!

Tristeza, por que você não vai embora
E faz esta saudade te acompanhar
Tristeza, por que você não vai agora
E mande a felicidade em teu lugar
Tristeza, por que você não vai embora
E faz esta saudade te acompanhar
Tristeza, por que você não vai agora
E mande a felicidade em teu lugar!

Tristeza vai pra lá
Saudade vai também
Vem felicidade
Traz de volta o meu bem!
Tristeza vai pra lá
Saudade vai também
Vem felicidade
Traz de volta o meu bem!
Vem felicidade
Traz de volta o meu bem!
Vem felicidade
Traz de volta o meu bem!.....

José Mendes - Terra que Canto

Compositor: Luiz Menezes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Terra que Canto

Pra amar a terra que canto não precisa que me mande
Eu nasci lá na fronteira, coração do meu rio Grande
Sou esta voz bem crioula que nasceu sobre o afoio
Do upa-upa brasino que ali no más é o arroio.
Do upa-upa brasino que ali no más é o arroio.

O, moço aqui da cidade a sua origem contesta
Não gosta de ver bombacha, chapéu quebrado na testa
Não importa o que eles digam, ou que de mim achem graça
Sou guasca e orgulho tenho da origem da minha raça
Sou guasca e orgulho tenho da origem da minha raça

E tu chinoca morena das ancas bem retovadas
Das transas bem denegridas, do olhar de cobra assustada
Se chegue junto ao meu peito, venha sentir o meu afago,
Venha sentir como eu sinto, vibrar a alma do pago
Venha sentir como eu sinto, vibrar a alma do pago.

José Mendes - Última Lembrança

Compositor: Luiz Menezes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Última Lembrança

Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida
Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus
Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida
De que meus lábios possam ter os lábios teus

Quando eu morrer permita Deus que nesta hora
Ouças ao longe o cantar da cotovia
Será minha alma que num canto triste chora
E nessa mágoa o teu nome pronuncia

Eu viverei eternamente nos cantares
Dos pobres loucos que dos versos fazem o ninho
Eu viverei para a glória dos pesares
Aonde quase sucumbi nos teus carinhos

Eu viverei no violão que a noite tomba
Ante a janela da silente madrugada
Eu viverei como uma sombra em tua sombra
Como poesia em teu caminho derramada

Nem mesmo o tempo apagará nossos amores
Que floresceram de uma ilusão febril e mansa
Quando eu morrer eu viverei nas tuas cores
Mas te levando em minha última lembrança

Eu viverei eternamente nos cantares
Dos pobres loucos que dos versos fazem o ninho
Eu viverei para a glória dos pesares
Aonde quase sucumbi nos teus carinhos

José Mendes - Roubo da Gaita Velha

Compositor: José Mendes
Álbum: Gauchadas
Ano: 1971

Roubo da Gaita Velha

Perdi minha gaita velha
Nunca mais eu pude achar
Por isso faço um apelo
A quem minha gaita encontrar
Por isso faço um apelo
A quem minha gaita encontrar

Devolvam minha gaita velha
Me façam este favor
Vivo das minhas idéias
Na função de cantador
Vivo das minhas idéias
Na função de cantador

Para que fiquem sabendo
O jeito da gaita velha
Tinha o som de abelha mestra
Trabalhando nas colméias
Tinha o som de abelha mestra
Trabalhando nas colméias

Tinha dezenove teclas
E oito baixos de botão
Um torniquete do lado
Pra diminuir o assoprão
Um torniquete do lado
Pra diminuir o assoprão

Chorava numa vaneira
Como só ela chorava
Se a moça fosse solteira
Por Deus que me namorava
Se a moça fosse solteira
Por Deus que me namorava

Quando eu puxava ela toda
Media o meio da sala
Mostrando furos de rombo
Alguns buracos de bala
Mostrando furos de rombo
Alguns buracos de bala

As teclas da gaita velha
Nem precisava polir
Sentia cheiro de rancho
Já começava a se abrir
Sentia cheiro de rancho
Já começava a se abrir

Certa vez fui num comércio
Lá na cancha do Seu Téia
Me entreteram nas carreiras
Pra roubar minha gaita velha
Me entreteram nas carreiras
Pra roubar minha gaita velha

Por isso vivo tocando
Com esta gaita emprestada
Lembrando da gaita velha
Que há muito me foi roubada
Lembrando da gaita velha
Que há muito me foi roubada

E agora venho cantar
pra esta distinta platéia
Pedir se acaso encontrar
devolvam minha gaita velha
Pedir se acaso encontrar
devolvam minha gaita velha
Pedir se acaso encontrar
devolvam minha gaita velha...

José Mendes - Picaço velho

Compositor: José Mendes
Álbum: Pára Pedro
Ano: 1967

Picaço Velho

-Agora eu vou contar a historia do cavalo que deu bom barbaridade.

Um dia eu saí a camperear sozinho
No meu picaço velho de estimação
Ele saiu relinchando como adivinhar
Que não voltava mais para seu galpão
O meu picaço velho era um cavalo
Que foi bem ensinado e muito mansinho
Quando eu tinha preguiça de buscar o gado
O meu picaço velho trazia sozinho
Quando eu tinha preguiça de buscar o gado
O meu picaço velho trazia sozinho
-Isso que é cavalo veio que deu bueno!

Sai à galopito pela estrada afora
E meu picaço velho ia remoendo o freio
Eu sai com o destino de ir na invernada
Só para ver meu gado e dar sal no rodeio
Depois que eu dei o sal eu vi um boi brazino
E sempre boi brazino bem valente é
Apartei ele do gado e desatei meu laço
Arrochei o meu picaço só pra ver o tropel
Apartei ele do gado e desatei meu laço
Arrochei o meu picaço só pra ver o tropel

Lacei este brazino lá na beira de um mato
E esta estória triste até o animais sentem
O meu picaço velho se perdeu num valo
E eu abri a perna a sai lá na frente
E este boi brazino quando me avistou
Abaixou a cabeça e fez um pegada
Tirei o corpo fora ele passou por mim
Eu olhei para trás e dei uma risada
Tirei o corpo fora ele passou por mim
Eu olhei para trás e dei uma risada
-E foi nesta feita que quase levemos a breca nessa rodada!

E foi nesta rodada que meu pingo amigo
Ficou estendido na terra vermelha
Mas joguei meu doze braças e argola tiniu
Peguei as duas guampas e defendi as orelhas
E quando estirou o laço deste boi brazino
Ele virou de ponta nem pro mato foi
E o meu picaço velho que quebrou o pescoço
E morreu gemendo e olhando pro boi
E o meu picaço velho que quebrou o pescoço
E morreu gemendo e olhando pro boi

José Mendes - Parabéns Crioulo

Compositor: José Mendes
Álbum: Andarengo
Ano: 1969

Parabéns Crioulo

Parabéns, parabéns
Saúde, felicidades
Parabéns, parabéns
Saúde, felicidades
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade

- Que Deus velho te conceda em tua benevolência
muitas e muitas camperiadas no potreiro da existência


Parabéns, parabéns
Saúde, felicidades
Parabéns, parabéns
Saúde, felicidades
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade

-Unidos no mesmo afeto te saudamos nesse dia
para que siga a festança cantamos com alegria


Parabéns, parabéns
Saúde, felicidades
Parabéns, parabéns
Saúde, felicidades
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade
Que tu colhas sempre todo dia......

José Mendes - Pára Pedro

Compositor: José Mendes
Álbum: Para Pedro
Ano: 1967

Pára Pedro

Era um baila lá na serra Na fazenda da Ramada
Foi por lá que um tal de Pedro se chegou de madrugada
Só escutei um zum zum mas não sabia de nada
Só ouvia mulher gritando: -"Este Pedro é uma parada"

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára

Era o Pedro lá
Num canto beliscando a namorada

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára
-Larga Vivente!

Quando foi lá pelas tantas que a farra estava animada
Apagaram o lampião e a bagunça foi formada
As velhas se revoltaram Pedroca não é de nada
E o Pedro brigou com as velhas e deu uma peleia danada

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára

Fazia cócegas nas velhas
E as velhas davam risadas

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára
-Larga Pedro, este Pedro é uma parada!

Pedro foi dançar um xote com uma velha apaixonada
E surgiu o velho da velha e a coisa foi complicada
Pedro correu pelos fundos e entrou numa porta errada
As moças levaram um susto e gritavam desesperadas

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára

Velha grudada no Pedro agarrado
E o velho no Pedro agarrado

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára

E assim foi a noite inteira
Até o fim da madrugada

Pára Pedro, Pedro pára
Pára Pedro, Pedro pára
Pedro pára, para Pedro
Pára Pedro, Pedro pára

Pára Pedro!

José Mendes - Não Aperta Aparício

Compositor: José Mendes
Álbum: Não Aperta Aparício
Ano: 1968

Não Aperta Aparício

-Está é a historia de um tal de Aparício índio maleava
e muito mal acostumado a fazer confusão em bailes em festas mui gaúchas
abre a cordiona companheiro.


Aparício era um índio largado
Morador lá da costa da serra
Malandrão muito namorador
Nos fandangos lá da sua terra
Quando ia dançar vaneirão
Só dançava bem agarradinho
Era só na base do apertão
E a mulher reclamava baixinho

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Que esta história vai ser descoberta
Se o velho meu pai está espiando
Dá peleja e dá morte na certa

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Que esta história vai ser descoberta
-Não aperta Aparicio, larga a menina rapaz!

Certas horas o tal de Aparício
Foi dançar uma vaneira marcada
Convidou uma morena gorducha
Que por ele estava apaixonada
E o salão tava muito apertado
Era só naquele pega e puxa
Aparício dançava e pulava
E apertava a morena gorducha

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Dava gosto de ver esta cena

A morena empurrava o Aparício
E o Aparício puxava a morena

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Que esta história vai ser descoberta

De repente o velhão da gorducha
Era um tal de Maneca Porpício
Sapateava e gritava na sala
Hoje é eu que aperto o Aparício
E traçou-lhe o tatu no candieiro
E o baile ficou no escuro
Só se ouvia cochichos de velhas
E mulher que gritava em apuro

Aperta Aparício, aperta
Aperta Aparício, aperta
Aperta Aparício, aperta
Só se ouvia gritar ala pucha
O Porpício apertava o Aparício
E o Aparício apertava a gorducha

Não aperta Aparício não aperta
Aperta Aparício aperta
Não aperta Aparício não aperta
Se o velho meu pai está espiando
dá peleia e dá morte na certa
-Não aperta Aparício
-Já Parei!

José Mendes - Minha Biografia

Compositor: José Mendes
Álbum: Isto é Integração
Ano: 1973

Minha Biografia

Eu vou contar da onde é que sou crioulo
Pra quem não sabe qual a minha biografia
Nasci nos pagos lá de Lagoa Vermelha
E fui criado nas terras de Vacaria
Sou conhecido por esse Brasil afora
Sendo preciso não tem noite, não tem dia
Sou conhecido por esse Brasil afora
Sendo preciso não tem noite, não tem dia

Sou um gaúderio criado em todo rigor
E tenho orgulho de ter nascido neste chão
A evolução modificou minha querência
Muitas cidades tiveram emancipação
Nasci na serra na costa do rio Pelotas
São José do Ouro, Machadinho, Barracão

Sou peão de estância cantador lá de Esmeralda
Fiz estes versos pra minha querência amada
Lembro a primeira serenata que cantei
Lembro meu laço meu machado e minha enxada
Pulei fogueira nas festas de São João
Terra bendita não te esqueço nem por nada
-Oh Saudade Malvada!

Graças a Deus nasci com este privilégio
De ser artista e levar a vida cantando
Fazendo verso levantei do pó da terra
Meus velhos pais e meus irmãos estou lembrando
À meus amigos vacarianos meu abraço
E para os outros meu pala branco abanando
À meus amigos vacarianos meu abraço
E para os outros meu pala branco abanando