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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Luiz marenco - Estrela D'alva

Jayme Caetano Braun

Estrela D'alva


Parece até que esta estrela
Que adoro desde criança
Deus deixou pra vaca mansa,
Da estância do céu sinuela
Sempre me comovo ao vê-la,
Tão luminosa, tão bela
Atravessando a cancela
Do céu que muda de cor
Anunciando ao mateador
Que o dia vem de atrás dela

A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
Cada manhã que te vejo,
Velha Estrela D'alva eu sinto
Aquele bárbaro instinto
Que fez do guasca o andejo
E um incontido desejo
De andar caminho e coxilha
Rastreando a indiada andarilha
Que a lo largo se perdeu
E morrendo renasceu
Pra ser pendão de flechilha

A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora
E aqui me paro a pensar
Do que a pouco ouvi dizer
Que é necessário aprender
Para depois ensinar
Pois por mais rudimentar,
Que seja o ensinamento
Cada frase é como um tento
Que precisa ser lonqueado,
E depois bem desquinado
Para trançar um sentimento

A madrugada se atora
Depois que a noite se aninha
E a Estrela D'alva, rainha
Sai chispeando campo afora

Às vezes sinto na alma
Que nunca mais eu me aprumo
Se um dia eu perder o rumo
Do clarão da Estrela D'alva

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