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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Francisco Vargas - Grosserias da Fronteira

Grosserias da Fronteira

Sábado de tardezinha me bandeei lá pro açude
Me lavei, fiz o que pude, "inté" ralei os calcanhar -
Tomei um trago da buenacha Três Fazenda,
Gostosa como uma prenda dos velhos tempos de piá.
Vou pegar a china e fazer levantar a poeira
Quero iniciar este fandango com milonga, xote e rancheira!

Mas quem não gosta de manquejar uma vaneira
Ver esse taura cantando grosserias da fronteira.
Mas quem não gosta de manquejar uma vaneira
Ver esse taura cantando milonga, xote e rancheira!

Passei azeite de mocotó nas melenas
E sai tinindo as chilenas lá pro fundo da invernada
A trotezito pro rincão fui me cambiando
Parei, fiquei escutando lá no tope da chapada.
Ouvi o choro da velha gaita manheira
E a indiada sapateando fazendo levantar poeira!

Paguei entrada e dancei que fiquei babado
Num canto eu fiquei parado junto com tocador -
E o gaiteiro já estava de pulso inchado
De fazer roncar a cordeona quem nem peludo enfurnado.
Sua voz pifou de tanto comer poeira
Mas comandava por senha o manquejar da vaneira.

Era sol alto e nós dançado a chilena
Já estava de venta preta do lampião de querosene
E as pinguanchas amanheceram amarrotadas
Com a cara toda encarvoada que as brancas ficaram morena.
Vou pegar uma pra fazer levantar poeira
E encerrar este fandango com milonga, xote e rancheira.

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